quarta-feira, 18 de abril de 2012

Como Kaká pode salvar a seleção (mesmo que no banco)

No duelo desta terça-feira entre Real Madrid e Bayern, primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões, um dos jogadores mais decisivos e importantes do confronto pode começar o jogo sentado no banco. Perto de completar 30 anos, Kaká não é titular do time espanhol - mas, ainda assim, é tratado como peça absolutamente indispensável na equipe do técnico José Mourinho
Na Liga dos Campeões, por exemplo, Kaká é o líder geral de assistências, com cinco passes para gols. Lionel Messi, do arquirrival Barcelona, joga todas as partidas, mas tem quatro assistências. A estatística ilustra bem o momento atual da carreira vitoriosa de Kaká. O pior dos problemas físicos já passou, e as contusões não são mais frequentes como antes.
O meia pode não ter a mesma explosão muscular do passado, mas continua exibindo seu jogo dinâmico, prático e eficaz, características que fizeram dele o melhor jogador do mundo na eleição da Fifa em 2007. Fora de campo, mantém a imagem de bom profissional e homem de família - só que está mais independente e maduro. Mas ainda falta algo: Kaká não joga pela seleção brasileira desde a fatídica partida contra a Holanda, na Copa do Mundo de 2010.
Por mais que reúna todas as características necessárias para integrar qualquer time do planeta, ainda não convenceu o técnico Mano Menezes de que poder ser um dos líderes da jovem e inexperiente seleção brasileira. Pior: diante dos pedidos por sua convocação, o diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, chegou a dizer que Kaká não serve mais para a equipe nacional.
Com três títulos importantes pela seleção (Copa do Mundo de 2002 e Copa das Confederações de 2005 e 2009), Kaká foi lembrado apenas uma vez por Mano Menezes, mas não conseguiu atender à convocação - sofreu uma contusão dias antes de embarcar para os amistosos contra Gabão e Egito. Mano parece ter ficado irritado com a repetição dos problemas físicos do jogador, já que não repetiu a convocação mesmo após a plena recuperação do meia.
A maior surpresa foi a exclusão de Kaká da lista prévia de jogadores para a Olimpíada de Londres - Mano relacionou 52 atletas, mas nem assim Kaká foi escolhido. O técnico da seleção preferiu colocar o nome de Ronaldinho Gaúcho como alternativa para ser a grande referência da seleção. Em má fase no Flamengo e sem a confiança da torcida brasileira, Ronaldinho dificilmente fará a função de que o técnico precisa - a de liderar um time de jovens talentos, dentro e fora de campo.
O Gaúcho certamente não será capaz de ajudar Neymar a manter o foco na bola em meio ao assédio que sofre a cada aparição em público. Também não poderá mostrar a Ganso como evoluir como jogador e exibir todo o seu talento com a camisa da seleção, superando a reputação de jogador irregular. Kaká, porém, parece ter sido talhado para o papel. Além das características ideais para participar de um grupo de jogadores jovens, é um dos poucos astros do futebol internacional que aceitariam cumprir uma função secundária, até mesmo na reserva, como mentor da turma de Neymar e Ganso. Em 2014, Kaká terá 32 anos. Talvez seja o caso de a dupla Mano e Andrés rever os seus conceitos...

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