A seleção brasileira entrará em campo com uma base jovem, formada por atletas com idade para disputar a Olimpíada, em seus quatro próximos jogos. A lista de convocados divulgada pelo técnico Mano Menezes(confira ao lado) na manhã desta sexta-feira, no Rio de Janeiro, tem novatos como Bruno Uvini, zagueiro revelado pelo São Paulo e que hoje está na Inglaterra, e Wellington Nem, do Fluminense. Neymar tem sua vaga garantida, mas os veteranos Ronaldinho Gaúcho (que está na lista de pré-convocados para os Jogos de Londres) e Kaká (que não estava nessa relação) não foram lembrados. Entre os jogadores com idade acima dos 23 anos - Mano poderá escolher três para a Olimpíada - os destaques são o goleiro Jefferson, os zagueiros Thiago Silva e David Luiz e o lateral Daniel Alves. Oscar, do Inter, que vive uma briga judicial contra o São Paulo, foi confirmado na lista, apesar de ter jogado pouco nos últimos meses. Os 23 jogadores farão quatro partidas amistosas: contra a Dinamarca (em 26 de maio), Estados Unidos (30 de maio), México (3 de junho) e Argentina (9 de junho). A primeira partida será disputada em Hamburgo, na Alemanha, e as outras, nos Estados Unidos - contra os argentinos, o palco do duelo será Nova York.
Antes da divulgação da lista, o presidente da CBF, José Maria Marin, que vinha dando demonstrações públicas de insatisfação com o trabalho de Mano, fez questão de elogiar o técnico, tentando desmentir os rumores sobre um possível mal estar entre eles. Também sinalizou o mesmo apoio a Andrés Sanchez, diretor de seleções, que também estaria na mira do cartola. "Quero renovar minha total confiança no trabalho que vem sendo realizado pelo diretor Andrés Sanchez, meu amigo de vários anos, e do técnico Mano Menezes, que eu também já conhecia e gostava. São pessoas em que deposito a maior confiança, pela competência e pela lealdade", discursou. Marin, que havia exigido ver a lista de convocados com antecedência, também assegurou que não influenciou na confecção da lista - só recebeu a relação para ter conhecimento dos nomes. "Não conversei antes, não sugeri nada e não insinuei nada, para que o Mano e o Andrés tivessem a maior liberdade possível para escolher. A lista que foi apresentada a mim permaneceu intacta." Andrés garantiu que não se incomodou com o procedimento. "Não esperava outra posição do presidente. Pela hierarquia, é obrigação ele saber antes da convocação. E assim será feito sempre", avisou.
A convocação desta sexta-feira foi a primeira desde que Marin assumiu o comando da CBF no lugar de Ricardo Teixeira, que renunciou em decorrência de acusações de corrupção. Teixeira tinha escolhido Andrés para ser seu homem de confiança na condução da seleção, mas Marin comentou a interlocutores que pensava em substituí-lo caso o Brasil fracasse na tentativa de conquistar seu primeiro ouro olímpico. A própria disputa dos Jogos, aliás, é um tema sobre o qual Marin e Andrés divergiam - o presidente da CBF quer a medalha de ouro, enquanto o diretor de seleções costumava dizer que o grande objetivo deveria ser a Copa do Mundo de 2014. Com a série de amistosos de maio e junho, Mano Menezes terá um longo período para treinar o time, que ficará concentrado sob o seu comando durante mais de duas semanas. Esse tempo será precioso para o treinador conseguir montar um time capaz de ganhar a Olimpíada, a partir de julho - e o Brasil nunca teve uma chance tão boa de conseguir a medalha inédita. A estreia nos Jogos está marcada para 26 de julho, contra o Egito, em Cardiff, no País de Gales - antes disso, o Brasil disputa um amistoso contra a seleção da Grã-Bretanha, em Middlesbrough, no dia 20.
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